Descrição
Dias após ferir a perna numa das expedições para coferir as armadilhas de caça, Mário decide descer para o litoral, ouvira de um forasteiro que somente água do mar seria capaz de dar cabo do ferimento. Contavam semanas e tentativas frustradas, nada havia que curasse a ferida, nem o tempo. Restou então a água do mar e suas eventuais propriedades curativas.
Mário venceu as montanhas, subiu, desceu, encontrou o mar, a cura e Irene.
Irene trabalhava e morava na casa dos patrões havia três anos. Em princípio iam bem as coisas todas, a relação com a senhora Pátua adquirira conotação quase materna e Irene afeiçoara-se a ela. Contava ano e meio que viviam no casarão da praia, embalados pelas ondas e sussurros do mar. Irene cuidava da casa, do filho dos patrões; ao final das tardes, colocava o pequeno rádio a pilha sobre a janela, defronte para o mar, e ouvia música, e sonhava. O silêncio do casarão, o trânsito da brisa e eco da arrebentação compunham ambiente inspirador, alimento para espíritos sensíveis, veneno para os demais, insuportável para o patrão que, envolto pelo tédio, procurou e encontrou salvação no quarto da jovem empregada, no quarto da menina do radinho. Então as coisas já não iam tão bem, a relação com a senhora Pátua perdeu a conotação materna, adquiriu traços cruéis, a tal ponto de Irene aceitar o primeiro convite para ir-se dali, fosse para aonde fosse, fosse com quem fosse. E foi…
Forma-se, a partir de então, nova família, inicia-se a saga dos Santos Reixas, saga que acompanhamos ao longo de três gerações.
Sobre Leões e Elefantes é dividido em quatro partes compostas de capítulos fragmentados e linha do temporal não linear, saltando e retrocedendo no curso da narração. O estilo varia entre o romantismo dos primeiros capítulos, com encontro do casal, o consórcios dos corpo e rebento dos filhos nas mais diversas casas e paragens ao longo da costa até o alcançar o realismo, nos capítulos derradeiros, quando a terceira geração da família depara-se com um mundo diferente onde já não há culto às tradições litorâneas, raptos de empregadas e não se alugam casas para um jovem casal sem passado nem futuro, um mundo estreito como a tela de um celular e sem espaço para idealizações e radinhos de pilha sobre a janela.
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