O caderno de Maria

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Descrição

DO JEITO QUE ESCREVO

Escrever é simples como o surgimento de uma ideia. Não quer dizer que toda ideia seja boa, do mesmo jeito nem todo mundo conseguirá escrever bem.

Se você se predispuser a escrever, simplesmente escreva como se não tivesse outro compromisso amanhã, e depois leia, e depois escreva tudo outra vez, porque só você pode expor sua ideia, ainda que não tenha a qualidade desejada ou pensa que ela tenha.

Como um amante que nunca escreveu um verso, mas se ver poeta ao perder sua amada e é obrigado a lhe enviar cartas e mais cartas com os dizeres mais bonitos e sentidos e vividos que ele jamais pensou conceber e ela jamais acreditou existir. A tudo, dar-se o nome de poesia, porque diz que o amor é um verso a ser acabado — no caso do compromisso desfeito, um poema despedaçado.

Mas toda forma de expressão pode ser válida conquanto a sua pena não seja mais arrogante que o sentimento por quem se escreve, por isso não o faça perder o raciocínio, muito menos a cabeça.

Da minha parte, escrevo porque descobri essa fonte de prazer mais do que as dores de amor pelas quais já passei e que me fizeram perder tanto tempo. No entanto, depois de compreender a inutilidade dessas dores, escrevo mais e ainda consigo brincar com a ideia de que as senti com o propósito único de escrevê-las desdenhosamente.

Por tudo isso, e por mim mesmo, eu tenho a sensação de que posso me imortalizar quando quiser no chá das cinco de alguma Academia e erguer um brinde à obra-prima escrita por mim, simplesmente, sem outra pretensão que não fosse a de exercitar o ato em si.

Então, se assim for, que você também possa começar a escrever, senão por outro motivo, para aumentar sua credibilidade pessoal, já sabendo de antemão que para os outros, você será apenas um vagabundo metido a escritor.

Informação adicional

Autor

O poeta e escritor Achel Tinoco nasceu em São Domingos do Capim, no Pará, mas foi criado na fazenda Vila Ferreira, município de Ibirataia, na Bahia. Hoje mora em Salvador, onde escreveu seus primeiros versos nos cadernos das colegas de escola. Fez os cursos de Letras e Administração de Empresas. Depois, resolveu dedicar-se exclusivamente à poesia, aos livros. Continua sonhando…
Tem livros prefaciados por autores conhecidos como Pasquale Cipro Neto, Ivan Lins, José Louzeiro, Moacyr Scliar, Aydano Roriz, Laurentino Gomes, dentre outros.
"O caderno de Maria" é o primeiro pela Opera Editorial.

Outros livros:

Vilarejo dos anjos;
As nudezas secretas de Eleonora;
O descobrimento do Brasil pelas crianças;
O castelo de Wilhelm Hermann;
O beija-flor que não sabia voar;
O conto da ilha de Taparica

Ficha técnica

Autor: Achel Tinoco
Revisão: Opera Editorial
Gênero: Poesia
ISBN:
Coordenação editorial: Célio Peliciari e Moacir Calarga
Capa e projeto gráfico: Moacir Calarga
Páginas:
Tamanho: 14 x 21 cm

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