Descrição
Apesar da descrença, os fantasmas humanos existem. É necessário que se aprenda a ouvir o que têm a dizer. Afinal, sussurram horrores no silêncio da noite, sopram marcas no espelho do banheiro, sangram velhas cartas de amores que não deram em nada e choram em silêncio por cada um deles, um choro fino, que não acaba, e que parece vir de dentro de nós mesmos.
Em resumo, fantasmas são como manchas sobre um belo quadro. Não contaminam a imagem como um todo, mas também não permitem que a contemplemos em seu esplendor, pois sempre causam essa sensação de que está faltando alguma parte, algo sob a mancha que pode tornar tudo completo outra vez.
Ao longo de Fantasmas no Hipocampo, essa sensação é compartilhada por personagens entristecidos, quebrados e inconformados. Conforme os sete contos se entrelaçam, tal como se entrelaçam os anos de uma vida comum, o protagonismo é tomado por uma entidade que os atravessa: a memória. De todas as maldições intrinsecamente humanas, talvez seja a memória a mais sádica, pois retira de nosso poder a chance da mudança, uma vez que o passado é esse reino fora de alcance, e nos condena a uma contemplação trágica do que foi e do que poderia ter sido.
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