Descrição
“Em seu romance de estreia, Caio Girão brinca com a tênue linha entre o sagrado e o profano, dissecando corpos que ninguém ousou tocar: o universo esquivo por trás de uma instituição de combate ao tráfico humano. Transitando entre estilos, sua prosa resvala à poesia e não se detém aí. Listas, cartas e notas do próprio autor conectam os personagens
no fio da história, levando o leitor a refletir sobre a potência de arbítrio e destino. Girão tece com mãos habilidosas uma narrativa polifônica, ousada e cruel num desfecho surpreendente.”
Monike D’Alencar
“Gal busca a mãe que nunca conheceu. No caminho, encontra Matilde e seu passado gritante ao lado de Antônio: dor, suicídio, crime. Do outro lado do mundo, Fariba estuda medicina e decide partir rumo aos trópicos. Quer auxiliar os outros e, sobretudo, amar Marcella em liberdade. Adeus família, obrigações e a vida ensaiada. Nada sai como o previsto, pois esta é uma história de equívocos, na qual a polícia investiga uma ONG destinada a ajudar refugiados que pagam a ajuda
com os próprios corpos. É o caso de Kippu, um jovem indígena marcado para morrer em sua aldeia, onde, como as mulheres, os homens têm o destino selado ao nascer. Nesta trama de muitos protagonistas, os erros de cálculo têm consequências atrozes e os atropelos íntimos são retratos da nossa humanidade.”
Letícia González
“Cantem os Cânticos como Cantam os Anjos cria uma orquestra de Heavy Metal sem intervalos. Gal,
Matilde, Kamil, Fariba, Antônio e tantas outras personagens apresentadas aqui — sim, eu avisei que é
uma orquestra — se fossem vistas por seus vizinhos aparentariam normalidade, mas se olhadas mais
de perto passam longe do ordinário. Por isso, Caio, que não pede pouco a seus leitores, nos convida a olhar
as entranhas das personagens ao desafiar as expectativas convencionais de uma narrativa, se revelando
um hábil arquiteto de tramas e pesquisador de linguagem. O gesto da história, rica em suspense, pode ser
um relatório policial tanto quanto uma caça ao tesouro, estamos frente a frente com um enigma. Enquanto farejamos, Caio não solta nossa mão ao mesmo tempo que sussurra com elegância ao pé da orelha: não é porque você quer que você vai ter.”
Júlia Portes
Gê –
Há uma forte ambição nesse livro de subverter a estrutura de um livro para narrar histórias inenarráveis.