Descrição
Esta obra não é um mero compilado de textos breves. Há aqui uma unidade, há uma busca em permear ou infiltrar questões da literatura e da linguagem, com a intenção de compreender as problematizações existentes acerca desses dois objetos e as consequências de sua ressonância no mundo e no homem, que é uma coisa entre as coisas. Tento fazê-lo sem soar enfadonho.
As narrativas são, em maioria, de caráter fantástico. A linguagem sem auréola, às vezes obscena e caótica, de “ELA (impressões da véspera de um finado)” não faz parte do conjunto estilístico mais ou menos harmônico que constitui o restante do livro, mas sua temática — segundo julguei — possibilita sua inclusão nestas páginas. O conto “A rotina de Francisco Isidoro Acevedo” é apenas uma homenagem. Há também composições reflexivas internas e alguma banalização e vulgarização da filosofia. O escrito “As areias do tempo são banhadas pelos rios de sangue”, como a própria estranheza do título pode sugerir, trata-se mais de uma tentativa de construir uma prosa poética ou um poema em prosa do que de fato uma narrativa, mas talvez seu final dê a ele a possibilidade de ser considerado como tal. A última ficção do livro é a mais longa e talvez a mais complexa. Para aqueles que se interessarem pela narrativa “Seu nome (e tremo) é…”, convém ler o Anexo (a última coisa deste livro).
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