Descrição
O silêncio é nomeado, é descrito, é insinuado. Com sua plasticidade, em tudo cabe: a memória ficcional, o amor, o contato com a natureza, o sublime, a política e a solidão existencial coexistem como canais para a percepção do silêncio, trazido em sonetos, versos livres, redondilhas, rimas, estrofes breves ou longas, ironias, angústias, amor, revolta. Falar do silêncio é um paradoxo. E em alguns poemas é preciso prestar atenção para encontrá-lo, principalmente onde as palavras não o alcançam mas o evocam – um exercício de escutar o silêncio nos não-alcances das palavras. A estética global do livro é contemporânea, principalmente pela diversidade das narrativas e de suas estruturas. E é essa diversidade que convida o leitor a passar por experiências e reflexões que lhe exigem, recorrentemente, o silêncio.
Cristina Baracat (comprador verificado) –
Ler Bernardo é morder da maçã e saborear o vermelho das palavras,
e provar do sumo em seus versos.
É bailar no infinito
som da poesia.
(Cristina Baracat)
Fransmarina Lourenço Assunção –
Bernardo, o seu livro, se bem entendo, é uma coletânea das negativas da voz (e só dela!), que se nos apresentam nos muitos caminhos que trilhamos nesta vida. Tudo o que deixamos de fazer é silêncio! É silêncio a palavra não dita, o ouvido mouco, o gesto paralisado, o gosto não saboreado, a imagem nãovista, o contato que o corpo não tem! O silêncio, primeiramente, é emudecer; mas essa mudez pode se transformar em gestos e se mostrar mais que uma forte voz, pois, quando o tema é amor, esse se traduz em gestos e não em palavras! Assim é a poesia encontrada nos seus poemas.
Cancioneiro de silêncios é um olhar para dentro, um fluxo de consciência, ou um monólogo interior, que nos emociona, evidenciando o que a nossa condição humana nos faz ser na maior parte da nossa existência: um ser que busca. Incansavelmente! Estamos sempre buscando, de preferência, o outro! E essa grita, sem palavras, travestida de falantes gestos, é a tônica do seu Cancioneiro. Parabéns!
Frans de Lourenço