Descrição
“Paro no passeio antes de atravessar a rua” um eu-lírico autoficcional, ou melhor, a voz que é o próprio autor Antônio e não é o autor Antônio, inicia o último capítulo de seu livro.
“Coração Moderno” é uma antologia que se dispõe de uma construção de temas num arrojamento à la poesia da segunda geração modernista, tais como a crítica social de seu tempo, o indivíduo fragmentado, alusão a imagens oníricas, a poesia que fala da própria poesia, a mistura de estilos e linguagens e a questão existencial. É portanto essa ideia que o ritmo dessa obra tenta passar: a reflexão do eu poético (coração) que é moderno porque vive das constantes problemáticas do mundo pós-moderno e que se inspira no modo de pensar e enxergar o mundo pelos temas da poesia e prosa do modernismo de 1930 a 1945.
“Coração Moderno” é uma tentativa de externalização de todo o sentimentalismo automatizado que os tempos atuais imperam com suas redes sociais, seus hábitos e costumes e a não identificação do indivíduo em meio ao todo e a si mesmo. Antônio Roberto tenta oferecer uma obra que ao mesmo tempo que exclama sobre seu tempo, com a modernidade vazia transbordando no espaço social, e o redor (olhar lateral) poético, reflete profundamente o seu interior que se reconhece nesse estado vil e tenta buscar se reconstruir.
Há nos poemas presentes, um fio narrativo que se divide em seis partes e se entrelaça em um emaranhado de ligações das próprias divisões aparentemente tão distantes entre si, para externalizar toda poesia. Cada capítulo possui sua áurea temática.
Milton Nascimento, Álvaro de Campos, Nietzsche, Machado de Assis, Paul McCartney, Tim Bernardes e Paulo Sérgio, ainda que à primeira vista se unam num enorme disparate, juntam-se para compor as epígrafes de cada um dos seis capítulos dessa grande trova que é Coração Moderno; grande porque havia muito do mesmo sendo guardado e agora, depois de muito cansaço, tudo explode em mil pedaços de si.
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